Os
Novos Baianos foi um conjunto musical brasileiro, nascido na Bahia,
ativo entre os anos de 1969 e 1979. Eles marcaram a música popular
brasileira e até o rock brasileiro dos anos 70, utilizando-se de vários
ritmos musicais brasileiros que vão de bossa nova, frevo, baião, choro,
afoxé ao rock n' roll.[1] O grupo lançou oito trabalhos antológicos para
MPB. Influenciados pela contracultura e pela emergente
Tropicália. Contava com Moraes Moreira (compositor, vocal e violão),
Baby Consuelo (vocal), Pepeu Gomes (Guitarra), Paulinho Boca de Cantor
(vocal), Dadi (baixo) e Luiz Galvão (letras) entre outros. O segundo
disco do grupo, Acabou Chorare, que mescla guitarra elétrica, baixo e
bateria com cavaquinho, chocalho, pandeiro e agogô, foi eleito pela
revista Rolling Stone como o melhor disco da história da música
brasileira em outubro de 2007 (anexo).
Carreira
Formação e primeiros anos
A história do grupo começou em 1969. com o espetáculo "O Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal", no Teatro Vila Velha, em Salvador, Bahia, onde pela primeira vez juntos, se apresentaram Luiz Galvão, agrônomo formado, Paulinho Boca de Cantor, ex-crooner da "Orquestra Avanço", O popular nas noites de Salvador Moraes Moreira, a única não-baiana do grupo, a niteroiense Baby Consuelo, e Pepeu Gomes. Moraes Moreira foi apresentado a Tom Zé, que era amigo de Galvão[2]. Baby Consuelo conheceu os dois (Moraes e Galvão) em um bar, enquanto passava as férias em Salvador. Mais tarde, Paulinho Boca de Cantor conheceu os três, e se uniu a eles. Dos membros que formariam o grupo mais tarde, apenas Pepeu Gomes era músico, e havia passado por diversas bandas. Nas apresentações em palco e gravações, o grupo era inicialmente pelo um quarteto, acompanhado pelo grupo 'Os Leifs',[2] que depois teve seu nome mudado para A Cor do Som, do qual faziam parte o baixista Dadi, o baterista/percussionista Baxinho José Roberto Martins Macedo, o guitarrista Pepeu Gomes e seu irmão baterista, Jorginho Gomes. Pepeu Gomes se casou com a vocalista da banda, Baby Consuelo, e é incorporado definitivamente ao grupo e, ao lado de Moraes Moreira, colabora de maneira como arranjador musical do grupo. Em 1969 se inscreveram para o V Festival de Música Popular Brasileira com a canção "De Vera". A origem do nome surgiu em decorrência a uma apresentação na Rede Record, quando ainda sem nome definido para o grupo, o coordenador do festival, Marcos Antônio Riso gritou "Chama aí esses novos baianos!".[2] Os Novos Baianos nunca foram controlados por gravadoras e empresários, tanto que, quando foram para São Paulo, se apresentaram em diversos programas de televisão, extrapolando o tempo previsto.
O Auge
O primeiro empresário do grupo foi Marcos Lázaro, e a primeira gravadora foi a RGE, onde lançaram um compacto simples, "De Vera"/"Colégio de Aplicação", e no ano de 1970 o primeiro long play, titulado de É Ferro na Boneca, que além de trazer as canções do compacto, e uma grande mistura de gêneros, foi tema dos filmes "Caveira My Friend" e "Meteorango Kid". Apesar de tudo, o número de cópias vendidas do disco não foi tão extensa. Com a desclassificação de "Vera" do Festival da Record, Os Novos Baianos resolveram seguir para o Rio de Janeiro. Lá, moravam todos juntos em quatro cômodos, o que fazia com que o entrosamento entre os músicos fosse muito grande. Em 1971, gravaram o segundo compacto simples, "Volta que o Mundo dá", e receberam a visita de João Gilberto, que viria a influenciá-los com o samba.[1] Após a grande fusão de gêneros brasileiros, sugerida por João Gilberto, e a guitarra de Pepeu Gomes, surgiu o mais consistente e lembrado disco do grupo, Acabou Chorare, pela Som Livre; considerado o melhor álbum brasileiro da história segundo a revista Rolling Stone (anexo).
"Tinindo Trincando"
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Trecho de "Tinindo Trincando", cantada por Baby Consuelo e com expressivo solo de guitarra executado por Pepeu Gomes. Por misturar ritmos brasileiros ao rock esta é uma das faixas do disco a ser chamada de "samba elétrico".
Problemas para escutar este arquivo? Veja introdução à mídia.
Em Jacarepaguá, alugaram um sítio apelidado de "Sitio do vovô". Viviam de forma quase anárquica em pleno regime militar. Em uma nova gravadora, a Continental, lançam seu terceiro álbum de estúdio, Novos Baianos F.C., com inovações rítmicas e líricas. O disco ganhou um filme homônimo de Solano Ribeiro.[3] Os Novos Baianos se mudam novamente, desta vez para uma fazenda em São Paulo, a convite de um executivo da Continental. Lá gravaram o quarto disco, Novos Baianos, mais conhecido por Alunte. O disco não vendeu tanto quanto os anteriores, o que levou ao desentendimento com a gravadora. A crise começou, Moraes Moreira, principal compositor da banda resolveu partir para a carreira solo.
O Declínio e fim
Desfalcados de Moraes Moreira, compositor principal ao lado de Galvão, o grupo faz de Pepeu Gomes o exemplo instrumental. O disco seguinte, Vamos pro Mundo, foi lançado ainda em 1974 pela Som Livre e tinha como foco as faixas instrumentais em choro, baião e samba. Em 1976, o grupo assina seu contrato mais longo, de dois anos com a gravadora Tapecar. O primeiro álbum na gravadora, Caia na Estrada e Perigas Ver, investiu no samba, rock e Pandeiro e "Brasileirinho" de Waldir Azevedo. Em 1977 lançara Praga de Baiano, já enfraquecidos pelo processo inicial das carreiras solo de Paulinho, Pepeu e Baby. O disco trazia o trio elétrico, frevo, e bastante música instrumental. Tornaram-se atração dos trios-elétricos, e Baby Consuelo foi a primeira cantora desse tipo de evento. O último trabalho, Farol da Barra (álbum) Farol da Barra, pela CBS, homenageia os compositores Ary Barroso e Dorival Caymmi, regravando "Isto Aqui O Que É?", e "Lá Vem a Baiana". O principal destaque do disco era a faixa-título, uma parceria entre Galvão e Caetano Veloso. No ano seguinte o grupo encerra suas atividades.
Reuniões posteriores
Carreira
Formação e primeiros anos
A história do grupo começou em 1969. com o espetáculo "O Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal", no Teatro Vila Velha, em Salvador, Bahia, onde pela primeira vez juntos, se apresentaram Luiz Galvão, agrônomo formado, Paulinho Boca de Cantor, ex-crooner da "Orquestra Avanço", O popular nas noites de Salvador Moraes Moreira, a única não-baiana do grupo, a niteroiense Baby Consuelo, e Pepeu Gomes. Moraes Moreira foi apresentado a Tom Zé, que era amigo de Galvão[2]. Baby Consuelo conheceu os dois (Moraes e Galvão) em um bar, enquanto passava as férias em Salvador. Mais tarde, Paulinho Boca de Cantor conheceu os três, e se uniu a eles. Dos membros que formariam o grupo mais tarde, apenas Pepeu Gomes era músico, e havia passado por diversas bandas. Nas apresentações em palco e gravações, o grupo era inicialmente pelo um quarteto, acompanhado pelo grupo 'Os Leifs',[2] que depois teve seu nome mudado para A Cor do Som, do qual faziam parte o baixista Dadi, o baterista/percussionista Baxinho José Roberto Martins Macedo, o guitarrista Pepeu Gomes e seu irmão baterista, Jorginho Gomes. Pepeu Gomes se casou com a vocalista da banda, Baby Consuelo, e é incorporado definitivamente ao grupo e, ao lado de Moraes Moreira, colabora de maneira como arranjador musical do grupo. Em 1969 se inscreveram para o V Festival de Música Popular Brasileira com a canção "De Vera". A origem do nome surgiu em decorrência a uma apresentação na Rede Record, quando ainda sem nome definido para o grupo, o coordenador do festival, Marcos Antônio Riso gritou "Chama aí esses novos baianos!".[2] Os Novos Baianos nunca foram controlados por gravadoras e empresários, tanto que, quando foram para São Paulo, se apresentaram em diversos programas de televisão, extrapolando o tempo previsto.
O Auge
O primeiro empresário do grupo foi Marcos Lázaro, e a primeira gravadora foi a RGE, onde lançaram um compacto simples, "De Vera"/"Colégio de Aplicação", e no ano de 1970 o primeiro long play, titulado de É Ferro na Boneca, que além de trazer as canções do compacto, e uma grande mistura de gêneros, foi tema dos filmes "Caveira My Friend" e "Meteorango Kid". Apesar de tudo, o número de cópias vendidas do disco não foi tão extensa. Com a desclassificação de "Vera" do Festival da Record, Os Novos Baianos resolveram seguir para o Rio de Janeiro. Lá, moravam todos juntos em quatro cômodos, o que fazia com que o entrosamento entre os músicos fosse muito grande. Em 1971, gravaram o segundo compacto simples, "Volta que o Mundo dá", e receberam a visita de João Gilberto, que viria a influenciá-los com o samba.[1] Após a grande fusão de gêneros brasileiros, sugerida por João Gilberto, e a guitarra de Pepeu Gomes, surgiu o mais consistente e lembrado disco do grupo, Acabou Chorare, pela Som Livre; considerado o melhor álbum brasileiro da história segundo a revista Rolling Stone (anexo).
"Tinindo Trincando"
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Trecho de "Tinindo Trincando", cantada por Baby Consuelo e com expressivo solo de guitarra executado por Pepeu Gomes. Por misturar ritmos brasileiros ao rock esta é uma das faixas do disco a ser chamada de "samba elétrico".
Problemas para escutar este arquivo? Veja introdução à mídia.
Em Jacarepaguá, alugaram um sítio apelidado de "Sitio do vovô". Viviam de forma quase anárquica em pleno regime militar. Em uma nova gravadora, a Continental, lançam seu terceiro álbum de estúdio, Novos Baianos F.C., com inovações rítmicas e líricas. O disco ganhou um filme homônimo de Solano Ribeiro.[3] Os Novos Baianos se mudam novamente, desta vez para uma fazenda em São Paulo, a convite de um executivo da Continental. Lá gravaram o quarto disco, Novos Baianos, mais conhecido por Alunte. O disco não vendeu tanto quanto os anteriores, o que levou ao desentendimento com a gravadora. A crise começou, Moraes Moreira, principal compositor da banda resolveu partir para a carreira solo.
O Declínio e fim
Desfalcados de Moraes Moreira, compositor principal ao lado de Galvão, o grupo faz de Pepeu Gomes o exemplo instrumental. O disco seguinte, Vamos pro Mundo, foi lançado ainda em 1974 pela Som Livre e tinha como foco as faixas instrumentais em choro, baião e samba. Em 1976, o grupo assina seu contrato mais longo, de dois anos com a gravadora Tapecar. O primeiro álbum na gravadora, Caia na Estrada e Perigas Ver, investiu no samba, rock e Pandeiro e "Brasileirinho" de Waldir Azevedo. Em 1977 lançara Praga de Baiano, já enfraquecidos pelo processo inicial das carreiras solo de Paulinho, Pepeu e Baby. O disco trazia o trio elétrico, frevo, e bastante música instrumental. Tornaram-se atração dos trios-elétricos, e Baby Consuelo foi a primeira cantora desse tipo de evento. O último trabalho, Farol da Barra (álbum) Farol da Barra, pela CBS, homenageia os compositores Ary Barroso e Dorival Caymmi, regravando "Isto Aqui O Que É?", e "Lá Vem a Baiana". O principal destaque do disco era a faixa-título, uma parceria entre Galvão e Caetano Veloso. No ano seguinte o grupo encerra suas atividades.
Reuniões posteriores
Em 1987, Baby, Pepeu e Paulinho se reuniram em uma apresentação única
no Teatro Castro Alves. Em 1990, a reunião completa de Baby, Paulinho,
Pepeu e Moraes Moreira aconteceu em um trio elétrico nas ruas de
Salvador. Nesse mesmo ano, Pepeu e Moraes gravam um trabalho juntos. A
banda também se reuniu em meados da década de 1990 para uma apresentação
com Marisa Monte, que apoiou o retorno do grupo aos estúdios. Em 1997, o
grupo reúne sua formação original e lançam o disco duplo: Infinito
Circular. Em 2009, durante o carnaval de Salvador, se reuniram novamente
Paulinho, Baby e Pepeu para duas apresentações abordo do trio elétrico
intitulado "Os Novos Baianos" a banda percorreu o circuito do Campo
Grande até a praça Castro Alves arrastando inúmeros fãs . O trio contou,
ainda, com a participação das filhas de Baby o grupo "SNZ" e de seu
filho Pedro Baby. Também em 2009 o grupo se apresentou na Virada
Cultural, no palco localizado na Avenida São João em São Paulo. O show
foi visto por um milhão de pessoas no Domingo (3/5). A apresentação
contou com Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Luis Galvão e Paulinho Boca de
Cantor, da formação clássica. Moraes Moreira não tem se apresentado mais
com o grupo Novos Baianos.
Aécio Oliveira